Trabalhar a autoestima infantil desde cedo pode ter muitos impactos positivos no desenvolvimento dos pequenos, com reflexos importantes na adolescência e fase adulta. Construída desde o nascimento, quando o bebê sente que está recebendo atenção e amor, a autoestima ajuda na autoconfiança para experimentar coisas novas, ter garra para conquistar objetivos e, também, lidar com erros e fracassos.
Por outro lado, crianças com baixa autoestima se sentem inseguras, podem evitar a socialização, ter problemas de aceitação e permitir que os outros as maltratem. Além disso, podem desistir facilmente de seus propósitos, ou nem sequer tentar. A baixa autoestima também faz as crianças acharem difícil lidar com erros e perdas, bem como não explorarem todo o seu potencial. Ainda, podem surgir problemas com sua autoimagem.
Nesse sentido, a autoestima elevada significa gostar de si mesmo, sentir-se valioso(a), acreditar em si e reconhecer habilidades e desafios a enfrentar. É importante construir a crença de que a criança pode lidar com sua vida de maneira bem-sucedida. Gostar de nós mesmos e nos sentirmos capazes são os alicerces sobre os quais repousa a saúde emocional.
Mas, como ajudar os filhos a desenvolverem a autoestima na prática? Fique conosco nesta leitura e veja 6 dicas.
1. Elogie as crianças, mas sem exageros
Alguns pais, com o intuito de proteger seus filhos e demonstrar amor, podem cair no erro de elogiar demais as crianças por tudo que fazem. Seguramente, o elogio é um estímulo que pode impulsionar a motivação momentaneamente, porém, pode ser um ingrediente perigoso quando utilizado em excesso.
A criança sempre deve ser encorajada a progredir em suas competências e habilidades. Isso significa que também deve compreender que, às vezes, falha e precisa reconhecer a fragilidade ou erro. Então, quando os pais elogiam demais os filhos, até em momentos que não inspiram essa atitude, estão baixando o nível de esforço para melhorarem.
Além disso, podem surgir diferentes cenários, como: a criança pode começar a sentir que é perfeita, ou tenta ser perfeita o tempo todo; ela pode ter dificuldade em lidar com suas falhas; se ela está sempre tirando nota baixa em uma ou mais disciplinas, mas é elogiada, pode deixar de se esforçar ou simplesmente ter a autoestima prejudicada por acreditar que o elogio é uma mentira.
2. Permita que os pequenos corram riscos saudáveis
Autoestima e autoconfiança estão correlacionadas, logo, você deve estimular os filhos a correrem riscos saudáveis. Esse é um processo que começa com a identificação de benefícios ou danos potenciais. O resultado desejado é encorajar e apoiar as crianças a serem proativas e entenderem que suas ações têm consequências, enquanto desenvolvem a coragem.
Alguns exemplos interessantes de riscos saudáveis para crianças são:
- explorar os brinquedos do playground sem o suporte dos pais a todo instante;
- experimentar novas atividades sozinhas;
- tomar a iniciativa de fazer uma nova amizade;
- participar de atividades artísticas;
- praticar um esporte.
3. Incentive a independência e responsabilidade
Na esteira dos riscos saudáveis e positivos está o incentivo à independência. Especialmente nesse momento em que as escolas estão adotando modelos pedagógicos que tornam os alunos protagonistas no processo de ensino-aprendizagem, em casa as crianças precisam desenvolver o senso de responsabilidade, que leva à independência.
Para tanto, delegue tarefas apropriadas para a idade deles, sobretudo aquelas com um objetivo maior, como realizar uma compra, preparar um prato para o lanche, ajudar nas tarefas domésticas ou participar da organização de uma festa de família.
Ter tarefas e responsabilidades dá às crianças uma sensação de controle sobre suas vidas. Além disso, desperta a percepção de que, se elas não realizarem aquela tarefa com sucesso, poderão prejudicar outras pessoas.
4. Ajude as crianças a atingirem seus objetivos
Muitas vezes, as crianças precisam de ajuda para atingir seus objetivos, seja para ter bom desempenho em uma prova difícil, seja para realizar alguma tarefa importante para elas. Mas, especialmente em momentos desafiadores ou de fracasso, é essencial que os pais reforcem sua presença e estimulem a perseverança dos pequenos.
Além disso, lembre-se de que o aprendizado não é linear e as crianças podem não saber muito bem como sair de uma situação difícil, tanto quanto pode ser complicado ir bem em alguma matéria da escola. Logo, elas precisam aprender sobre a necessidade de ter perseverança se desejam se destacar em algo ou conquistar um objetivo.
5. Deixe as crianças fazerem suas próprias escolhas
A tomada de decisões é um aspecto importante para o desenvolvimento da autoestima infantil, pois as crianças se sentem fortalecidas e confiantes. Isso as encoraja a desenvolver autonomia, pensamento crítico e habilidades de comunicação.
Além disso, mais uma vez, ao fazerem as próprias escolhas, os pequenos percebem que sua decisão tem influência sobre si, os outros e o ambiente ao seu redor. Ainda, começam a entender que escolher significa abrir mão de algo, logo, não podem ter tudo, por esse motivo a tomada de decisão precisa ser consciente.
6. Evite comparações com outras crianças
Quando os filhos fazem algo que deixa os pais descontentes, uma reação habitual pode ser compará-los a outras crianças. Inspirar-se olhando para os outros é ótimo, mas a comparação que rebaixa é perigosa e prejudica a autoestima infantil.
Se esse comportamento dos adultos se repete, a criança pode sentir que não atende às expectativas dos pais, nem é boa o suficiente naquilo que faz. Ademais, a constante comparação pode prejudicar as relações sociais dentro e fora de casa, estimular a competição não saudável e bloquear a livre expressão dos pequenos.
Ao contrário, procure focar nas forças de seus filhos em vez dos resultados e, no lugar de apenas apontar os erros, sugira melhorias, enfatize como seu comportamento pode ou não tornar o mundo melhor e, ao longo do aprendizado, destaque a jornada, em vez de apenas os resultados.
Você percebe que pequenas ações podem fortalecer muito a autoestima infantil desde cedo? Por ser um trabalho constante, também é fundamental que os pais pratiquem o autoconhecimento e aprendam a modelar as atitudes desejadas dos filhos a partir das suas próprias atitudes.
Tornando-se um exemplo para as crianças, elas ficam mais facilmente estimuladas a ter comportamentos positivos, se esforçar, pensar sobre suas atitudes e ter orgulho dos trabalhos que realizam.
Desenvolver a autoestima infantil é essencial para as crianças aprenderem a lidar com os próprios sentimentos e emoções. Quer saber mais sobre isso? Então, fique com a gente para conferir este artigo sobre a importância do desenvolvimento da inteligência emocional!