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Como o autoconhecimento dos pais auxilia na educação dos filhos?
Pode parecer clichê, mas criar os filhos não é uma tarefa fácil. A cada fase do desenvolvimento infantil e juvenil surgem situações, comportamentos e demandas difíceis de resolver, pondo em xeque muito do que os pais acham que sabem, às vezes, impactando negativamente em seu lado emocional. Nesse sentido, o autoconhecimento é a base para construir relações familiares mais saudáveis e oferecer o apoio necessário às crianças e adolescentes.
Para tanto, é preciso compreender que autoconhecimento é a capacidade de se concentrar em si e em como suas ações, pensamentos ou emoções se alinham ou não com seus padrões internos. Com essa habilidade bem desenvolvida, é possível gerenciar as próprias emoções, alinhar seu comportamento com seus valores e entender com mais clareza como os outros percebem você.
Pensando nisso, criamos este artigo para mostrar como o autoconhecimento tem um papel crucial na criação dos filhos e oferecer dicas para começar a trabalhar essa habilidade.
Por que os pais precisam buscar autoconhecimento para lidar com a criação dos filhos?
Diante da dificuldade de lidar com emoções e pensamentos, é muito fácil perder a oportunidade de estabelecer uma conexão significativa com os integrantes da família, sobretudo, as crianças.
Quanto mais autoconscientes os pais forem quanto a seu papel, melhores serão as interações com os filhos. Lembre-se de que as crianças buscam carinho e orientação de seus pais, porém, à medida que elas vão crescendo, há uma tendência natural de os cuidados assistenciais diminuírem e cresce o risco de os pais começarem a enxergar cada vez menos as necessidades dos filhos.
Isso porque, conforme crescem, eles passam a mostrar seu lado emocional ― este também em construção ―, o que pode gerar grandes conflitos na família, com birras, discussões e desentendimentos que podem ser difíceis de manejar.
O autoconhecimento, porém, proporciona aos pais desenvolver um olhar interior e reconhecer as próprias emoções, sentimentos e necessidades, bem como os respectivos pensamentos e comportamentos atrelados a esses. A partir desse olhar interior, ou melhor, desse autocuidado, é possível trabalhar a empatia para com os filhos e entender suas necessidades por trás do comportamento que incomoda, por exemplo.
Como o autoconhecimento impacta a relação familiar?
Quanto mais autoconhecimento os pais adquirem, melhores podem ser os impactos na família. Para ficar mais fácil de entender, citamos alguns pontos importantes.
Evita comportamentos e formas de pensar indesejáveis
Inevitavelmente, tendemos a reproduzir comportamentos e maneiras de pensar que aprendemos ao longo da vida, principalmente oriundos da nossa criação e muitos deles não estão mais alinhados com a nossa forma de viver hoje em dia, com a cultura e a sociedade na qual estamos inseridos. Por isso, muitas vezes, reproduzir tudo isso pode ser negativo para a criação dos filhos e ressignificar esses comportamentos e pensamentos pode ficar mais fácil com o autoconhecimento.
Aumentar o espaço de diálogo em casa
O autoconhecimento permite um diálogo mais franco em família. Com essa habilidade, por exemplo, é possível assumir uma postura mais voltada à escuta ativa e empática.
Dessa maneira, é possível ter trocas mais consistentes em diversas situações, principalmente nos momentos de conflito, aumentando a sensação de pertencimento e a união na família.
Compreender melhor a realidade e as necessidades dos filhos
Alguns pais têm dificuldade em compreender que a realidade dos filhos não é igual à deles, tampouco suas necessidades. Mas, o autoconhecimento permite enxergar para além do que seus olhos estão acostumados e facilita se colocar no lugar do outro.
Nesse sentido, diante de um mau comportamento, digamos, é possível entender mais facilmente o que está por trás daquela atitude. Por exemplo: necessidade de aceitação, de apoio, insegurança etc.
Diminuir situações de estresse
Se você tem um autoconhecimento ampliado, adquire a capacidade de saber intervir com aquela criança/adolescente de maneira mais assertiva, evitando atitudes que podem pôr em xeque qualquer possibilidade de resolução do conflito.
Entender suas autopercepções e julgamentos
A autopercepção é a visão que você tem de si, a qual pode ser genuína ou conter vários graus de distorção. Envolve, ainda, autojulgamento e julgamento em relação aos outros. Com o autoconhecimento, é possível distinguir as possíveis distorções e reconhecer-se de maneira mais assertiva.
Pensando nas relações familiares, aguçar sua autopercepção evita, por exemplo, perceber que está tomando decisões erradas em relação aos filhos, julgando em excesso e, principalmente, excluindo a percepção deles sobre si mesmos e as situações da vida ( privando-os de autonomia).
Quais os pontos de partida para desenvolver o autoconhecimento?
Para terminar este bate-papo, deixamos aqui algumas dicas para você começar a desenvolver seu autoconhecimento.
Não aja por impulso
Diante de um conflito, a reação mais natural é reagirmos àquela situação sem pensar. Isso acontece, pois nosso sistema nervoso simpático (luta ou fuga) dispara um alerta para o corpo de que há perigo iminente.
Porém, se cedemos espaço para que essa reação impulsiva seja controlada, por exemplo, fazendo uma pausa e respirando, nossa mente começa a se reorganizar, dando-nos condições de refletir sobre a realidade dos fatos.
Reconheça hábitos e pensamentos indesejáveis
Todos os seres humanos e animais possuem hábitos arraigados; alguns deles são bem eficientes, outros não. Quando você passa a prestar atenção a reações habituais, que podem estar atreladas a pensamentos indesejáveis, é possível exercitar novas possibilidades de escolha.
Num exemplo prático, veja se você grita com os filhos quando eles “aprontam” alguma coisa. Inibir essa reação pode dar espaço para um diálogo construtivo sobre por que esse comportamento é desagradável ou perigoso.
Faça meditações guiadas
As meditações guiadas são uma ferramenta de fácil acesso a todo mundo e ajudam você a acalmar os ânimos. Ao meditar, você esvazia sua mente e reorganiza seu corpo. Assim, consegue abrir espaço novamente para refletir sobre as situações da vida e sua relação com os filhos.
Faça terapia
A terapia é uma ótima ferramenta de autoconhecimento. Utilizando diferentes técnicas, os terapeutas e psicólogos podem ajudar a dar luz a assuntos e percepções que você não tinha condições de reconhecer sem ajuda profissional, os quais estão impactando negativamente sua vida e a de seus filhos.
Ressignificar traumas pessoais de infância, relações conturbadas com seus pais, relacionamentos afetivos, conflitos internos, autopercepções equivocadas etc. pode ser essencial para uma relação familiar mais sólida e harmoniosa.
Estude comunicação não violenta
A Comunicação Não Violenta, conhecida como CNV, é uma abordagem de comunicação desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Marshall Bertram Rosenberg. Trata-se de um método pensado para aumentar a empatia e a assertividade na hora de encarar conflitos de qualquer natureza e intensidade.
Em síntese, você aprende a reconhecer que a origem do conflito está em necessidades não atendidas, de ambos os lados, e quais são elas. A partir disso, é possível exercitar um diálogo mais objetivo e empático.
Como você viu, desenvolver o autoconhecimento pode abrir várias vias de diálogo, auxiliando muito na educação dos filhos. É importante que os adultos tenham compreensão de suas realidades, a fim de nortear os melhores caminhos para eles. Porém, isso começa a partir de um olhar para dentro de si e do reconhecimento das próprias atitudes e da forma de lidar com as próprias emoções desagradáveis.
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Qual a diferença entre emoção e sentimento? Confira!
Você sabe definir com precisão a diferença entre emoção e sentimento? Entender o que ambos significam promove a criação de uma base para desenvolver inteligência emocional.
Apesar de usados como sinônimos, esses conceitos representam processos mentais distintos, ainda que relacionados, envolvidos diretamente nas decisões e reações humanas. Por isso, ter habilidade para lidar com eles é tão importante.
Confira a seguir como diferenciá-los, e muito mais, neste conteúdo!
O que é emoção?
O conceito de emoção abrange todas as reações instintivas do cérebro a estímulos externos recebidos. Assim, trata-se de uma resposta tanto neural quanto motora autônoma que não passa pelo pensamento para existir.
Na prática, seu desenvolvimento ocorre em etapas: sentir, decodificar expressando verbalmente e reagir fisicamente.
Nesse desenrolar, algumas emoções geram motivação ou valência positiva, que se efetivam por meio de comportamentos de aproximação. Já seu oposto implica buscar o afastamento em razão de sensações desagradáveis.
Em todo esse processo, não há uma análise antes de sentir, legando ao momento posterior sua interpretação. Veja quais são os tipos de emoções:
Tipos de emoções
A classificação das emoções ocorre de acordo com o nível de consciência em que atuam e quão identificáveis são, tanto em relação a quem as sente quanto a quem está ao redor. Assim, seus tipos são:
- primárias: facilmente perceptíveis por aqueles ao redor — como nojo, surpresa, alegria;
- secundárias: menos visíveis, mas não passando completamente desapercebidas — ciúme, culpa, admiração;
- de fundo: difíceis de detectar e identificar — tensão, angústia, calma, por exemplo.
O que é sentimento?
Podemos explicar esse conceito como o elemento que completa a experiência emocional, envolvendo em um alto grau o componente cognitivo para exprimir a disposição mental frente a uma emoção. Desse modo, é um processo mais profundo, portanto, menos transparente, que ocorre no cérebro. Confira alguns exemplos!
Exemplos de sentimentos
Enquanto emoções são instintivas, sentimentos perpassam o pensamento e o processo cognitivo mental de elaboração para se estabelecer. Assim, são muito mais complexos e profundos, incluindo:
- tristeza e felicidade;
- amor e ódio;
- compaixão e decepção.
Qual é a relação e a diferença entre emoção e sentimento?
No comparativo entre definições, já se percebe a diferença entre emoção e sentimento, não é mesmo?
Vamos retomar?
Basicamente, o sentimento depende de uma construção mental complexa para existir, enquanto a emoção é completamente involuntária e imediata.
Ou seja, emocionar-se é um processo desprovido da necessidade de haver um esforço cognitivo. Por outro lado, a base para sentir inclui a ativação de recursos, como memória, valores sociais e pessoais, raciocínio, imaginação e elaboração.
Além disso, em última análise, também é possível notar que há uma relação prática entre eles, certo? Afinal, são as emoções que desencadeiam os sentimentos que, por sua vez, podem gerar outras reações emocionais. Assim, se cria um ciclo psicológico em que um origina o outro.
Como ajudar no desenvolvimento da inteligência emocional nos filhos?
Analisando o conceito, a relação, ou mesmo a diferença entre emoção e sentimento, muitos pais se deparam com um complexo conjunto de sensações físicas associadas a processos mentais com os quais mesmo os adultos têm dificuldade de lidar.
Assim, é natural pensar em como ajudar suas crianças ou adolescentes a se prepararem para esses desafios da vida que devem fazer parte de seus futuros. A inteligência emocional é uma importante aliada nesse sentido, ainda mais por ser passível de aprimoramento.
Para auxiliar seu filho a desenvolvê-la, uma combinação de autoconhecimento com autogestão necessita ser estimulada, levando à tomada de decisão responsável. Descubra como apoiar essa evolução!
Comece pela identificação e expressão das sensações
Tanto emoções quanto sentimentos precisam ser identificados e expressos para que a inteligência emocional se desenvolva. Os pais contribuem nesse processo durante toda a vida dos filhos, conversando sobre o que cada sensação representa, explicando conceitos e exemplificando.
O diálogo franco é a base dessa comunicação. Para trabalhá-lo, você pode fazer uso desde situações práticas ou hipotéticas até atividades lúdicas. Eles servirão também como meios de redirecionar o foco para algo positivo diante de momentos desafiadores.
Oriente e pratique formas saudáveis de elaborar o que é sentido
Entender o que a criança ou adolescente sente e ajudá-lo a compreender a si mesmo é só o passo inicial na jornada da inteligência emocional. Exemplos e orientações sobre como agir em situações difíceis devem seguir a identificação das sensações. Essas são as bases para proporcionar autonomia e segurança para seu filho lidar com momentos desagradáveis, principalmente durante a convivência com outras pessoas.
Demonstre empatia e respeito pelo que seu filho está sentindo
Segurança e autoestima são elementos básicos para que qualquer pessoa possa se posicionar de forma assertiva, agindo com ética e sem precisar ignorar o próprio bem-estar mental.
Ambos começam a ser construídos na relação com familiares, em especial com os pais. Para as crianças e os adolescentes se desenvolverem, atingindo tal nível de autoconfiança, as atitudes desse núcleo são fundamentais.
A empatia, o respeito, o acolhimento e a aceitação com o que expressam mostra para elas que suas emoções ou seus sentimentos são válidos. Isso permite que haja resiliência diante de sensações desagradáveis e foco em superá-las.
Compreender a diferença entre emoção e sentimento é o passo inicial de uma jornada que oportuniza entender tanto a si quanto aos demais. Nesse caminho, os pais são referências nas quais os filhos se guiam. Portanto, as famílias conseguem apoiar o desenvolvimento da inteligência emocional dos filhos.
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