Você sabia que a autoavaliação escolar é uma importante aliada do ensino? O método possibilita que os alunos reflitam sobre o próprio desempenho, desenvolvam a capacidade de autorregulação e assumam uma postura responsável, autônoma e crítica em relação à própria aprendizagem.
Apesar de reconhecermos a relevância do processo avaliativo na prática educativa, seguimos considerando que a ponderação sobre o nível de aprendizado dos alunos deve sempre ser feita por terceiros (no caso, pelos professores).
No entanto, esses tradicionais métodos de avaliação podem produzir alguns “efeitos colaterais”, dentre eles o distanciamento e alheamento dos estudantes no que diz respeito ao seu próprio processo de aprendizagem e, para os educadores, a falta de parâmetros em relação às suas atuações pedagógicas.
A autoavaliação escolar costuma colaborar bastante na atenuação desse tipo de problema. A prática permite que as crianças e os jovens tomem consciência de seus pontos fracos e fortes, de forma a dirigir seus estudos e comportamentos no sentido de corrigir eventuais dificuldades.
Tal mudança de atitude contribui para o seu rendimento, bem como para a aquisição de habilidades como responsabilidade, autonomia, senso crítico e autoconfiança. Pelo lado dos professores, eles passam a ser vistos como companheiros de jornada, recebendo feedbacks que os auxiliam a planejar suas intervenções em sala de aula de maneira mais direcionada e eficiente.
Que tal conhecer um pouco mais sobre a autoavaliação escolar e os seus benefícios para o desenvolvimento dos alunos? Acompanhe tudo isso e muito mais a seguir!
O que é autoavaliação escolar e para que serve?
A autoavaliação escolar é uma prática contínua que tem como principal intuito inserir o estudante em todas as etapas do processo de ensino e aprendizagem, reivindicando dele uma postura mais ativa, consciente e responsável.
O método pode ser implantado desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Sua frequência varia a depender das intenções dos educadores, podendo ser aplicada ao final de uma atividade, semana, quinzena, mês ou bimestre. A ideia é evitar que haja um período muito espaçado entre uma e outra, ou seja, a reflexão sobre o nível de aprendizado precisa ser constante, ter uma certa regularidade.
A forma mais comum é por meio de um questionário, com algumas perguntas direcionadas que buscam conduzir o aluno na autorreflexão sobre um aspecto educativo, por exemplo, comportamento, dificuldade, procedimento, convivência social e outros. É importante que o conteúdo seja informal e leve e que ofereça espaço para que o estudante expresse suas opiniões.
Por meio desse instrumento, os alunos têm a oportunidade de refletir sobre os seus erros ou dificuldades de um modo construtivo, de compreender mais sobre os assuntos abordados, de desenvolver autocrítica e capacidade de autorregulação e também de intervir diretamente no processo pedagógico, tornando o seu aprendizado muito mais efetivo.
A autoavaliação também ajuda muito no ensino. A partir desse feedback dos estudantes, os professores conseguem aperfeiçoar suas atuações em sala de aula, planejando atividades dirigidas, oferecendo conteúdos e metodologias mais interessantes e construindo intervenções para corrigir eventuais falhas ou problemas de aprendizagem.
Qual a sua importância para o desenvolvimento dos alunos?
Como dito, a autoavaliação escolar apresenta inúmeros benefícios para todos os envolvidos no processo educativo — gestores, professores, alunos e até familiares. Mas, sem dúvida, os grandes favorecidos são os estudantes, sobretudo no que diz respeito ao seu próprio desenvolvimento.
Os avanços são percebidos de forma integral, isto é, alcançam não somente o âmbito cognitivo da aprendizagem, mas também o físico e o socioemocional. Resultado? Maiores chances de se tornarem adultos autônomos, autoconfiantes, saudáveis, realizados e bem-sucedidos em todos os campos da vida (pessoal, relacional e profissional).
Abaixo, listamos alguns dos principais motivos que tornam a autoavaliação tão importante para o desenvolvimento dos alunos. Confira!
Autoconhecimento
O percurso reflexivo da autoavaliação é, sobretudo, um caminho de autoconhecimento. Por meio dessa prática, os estudantes conseguem identificar os seus pontos fracos e fortes, de forma a terem a oportunidade de atenuar os primeiros e fortalecer os segundos.
Em outras palavras, eles conseguem rever e interferir em seu próprio processo de estudo, porque adquirem maior clareza sobre suas necessidades. Além disso, é também um momento de reconhecimento de suas conquistas e de suas potencialidades.
Autorregulação
Esse tipo de atividade favorece o desenvolvimento da chamada autorregulação, que nada mais é do que a habilidade de controlar e gerenciar suas próprias emoções, pensamentos e comportamentos. Assim, os alunos adquirem um outro tipo de postura em relação à aprendizagem: mais participativa, crítica, autônoma, compromissada, proativa e responsável.
Eles compreendem que o aprendizado depende, principalmente, de suas escolhas e atitudes cotidianas, deixando de transferir essa responsabilidade inteiramente para os professores. A capacidade de autorregulação do estudante ajuda bastante os docentes a medirem suas interferências em sala de aula.
Fortalecimento das relações
O fortalecimento dos vínculos entre professores e alunos é também um dos grandes benefícios da autoavaliação escolar. Crianças e jovens passam a sentir que suas opiniões são validadas e valorizadas, ou seja, que eles realmente participam do próprio processo formativo.
Tirá-los desse lugar de passividade colabora para as ações pedagógicas, pois aumenta o engajamento e o interesse deles nas atividades propostas. Somado a isso, cria-se uma relação de confiança e de compromisso mútuos.
Aprendizado efetivo
Essa é a principal vantagem, e o grande resultado, dessa prática: o aprendizado realmente acontece! Isso porque ele não fica só no papel, dependendo de exames, provas e notas. Ele se torna uma prática cotidiana, em que os alunos veem sentido e aplicação nos conteúdos oferecidos.
Diminuem as cobranças e o peso de ter o seu processo de aprendizagem (o seu nível de conhecimento sobre determinados assuntos) avaliado num único dia, a partir de uma única avaliação externa. Colocar o aluno para participar dessa etapa é positivo para todos e torna o aprendizado muito mais efetivo.
Vale reforçar novamente que a autoavaliação escolar deve ser entendida como uma prática contínua. A regularidade e a diversificação dos aspectos abordados são muito importantes para que os professores tenham parâmetros para planejar e dirigir suas ações. Além disso, é preciso compreender que o processo é dialógico, ou seja, a autoavaliação não exclui a avaliação dos docentes, ao contrário, elas dialogam, enriquecem uma a outra e se complementam.
Por fim, importa dizer que o objetivo do método não é fazer com que o aluno simplesmente dê uma nota a si mesmo, mas sim que ele seja direcionado a refletir sobre o seu processo de aprendizagem, tornando-se parte ativa dele.
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