Relação de confiança entre pais e filhos: 5 dicas para construí-la.

Relação de confiança entre pais e filhos: 5 dicas para construí-la.

A relação de confiança entre pais e filhos não é nada fácil de se construir. Ao longo dos anos, as pessoas desenvolveram novos modos de pensar, viver e, com isso, a forma como nos conectamos com os nossos filhos se transformou. Neste post, vamos falar mais sobre isso.

A relação entre pais e filhos é construída com base na maneira como fomos educados e nossas experiências do passado e atuais. Com a pandemia, estamos aprendendo, todos os dias, a educar nossos filhos da melhor forma diante de um novo cenário.

Após o anúncio da quarentena, muitas famílias se prepararam para ter a melhor convivência possível dentro de casa. Enquanto alguns pais aderiram ao home-office, os filhos começaram a encarar o ensino remoto, até mesmo com o desafio da falta de recursos tecnológicos.

Foi um momento de autorreflexão, de estar mais presente com a família, de perceber e promover grandes transformações no vínculo entre pais e filhos. Pensando nisso, descubra a seguir algumas dicas para desenvolver uma relação de confiança com os filhos e como isso pode influenciar o desenvolvimento e o futuro deles.

1. Entenda como o mundo dos seus filhos funciona

A nova geração tem a grande vantagem de ter nascido em um mundo conectado, porém os pais se sentem perdidos, sem saber direcioná-los. Devemos entender o mundo das nossas crianças e adolescentes para poder guiá-los da melhor maneira.

Como disse o autor Wayne Walter Dyer:

Só podemos dar aquilo que temos em nós mesmos. 

Como preparar os filhos para o futuro se nem conhecemos o mundo deles? Os tempos são outros. Assumir isso é o primeiro passo para começar a pensar em como trabalhar as lacunas existentes nos nossos jovens com o intuito de preenchê-las por meio da educação.

Preparar os jovens em direção ao futuro é incentivá-los a ir além das capacidades técnicas, ser mais humanos e desenvolver habilidades diferentes das que um robô ou uma máquina faria, por exemplo.

É essencial aprimorar as competências socioemocionais, como autoconhecimento, autonomia, resiliência, criatividade, empatia e pensamento crítico. Ao mesmo tempo, os pais também devem desenvolver essas habilidades para conseguirem acompanhar os filhos nesse desafio, liderando-os por meio do exemplo.

Muitas famílias sonham com o futuro dos filhos, mas estamos deixando boas pessoas para o mundo? As crianças e adolescentes de agora serão os responsáveis por moldar o futuro que irão viver. O que serão capazes de construir? Vale a reflexão!

2. Ensine sobre o erro como parte do processo

A geração passada foi muito cobrada quando errava. Errar significava uma grande falta. Hoje, sabemos o quanto essa ideia é equivocada. Conforme disse o empreendedor Gustavo Caetano

Quanto mais rápido você falhar, melhor!

Em um mundo cheio de informação, evoluindo rápido, temos que estar dispostos a testar o novo. O erro é visto como parte do processo do aprendizado. Aprendemos mais rápido por meio da prática, fazendo, testando, avaliando e consertando.

Desse modo, incentive seu filho a tentar algo novo, parabenizando-o mesmo quando algo der errado. Discuta com ele como fazer melhor da próxima vez. Ele estará sempre confortável em compartilhar com você os sucessos e os fracassos, pois se sentirá apoiado, independentemente do resultado.

3. Deixe de ouvir seus filhos, prefira escutar o que eles têm a dizer

Escutar depende inteiramente da sua vontade. Quantas vezes estamos apenas ouvindo sem interesse no outro nem a atenção necessária que ele merece? Escutar requer a habilidade de estar presente, de olhar nos olhos, de ter interesse genuíno no outro.

Quando seu filho fizer uma pergunta ou quiser contar algo, dê a atenção devida. Caso não possa imediatamente, responda o necessário e combine outro momento para sentar e conversar melhor sobre aquele assunto e cumpra o combinado.

Mostre o quanto tem interesse nele, reserve um tempo de qualidade com seu filho e aproveite a oportunidade para conhecê-lo melhor e educá-lo da sua maneira.

4. Estabeleça limites e aceite as decisões

Até certa idade, é de responsabilidade dos pais colocar os limites e ser responsáveis pelos filhos. Isso não significa que eles não possam ter opiniões. Inspirá-los a pensar e ser críticos sobre suas atitudes e sobre o mundo é importante para o desenvolvimento.

Já mais velhos, devemos manter a vigilância, mas um bom caminho é incentivá-los na tomada de decisão responsável. Em uma palestra, o professor Mário Sérgio Cortella citou uma frase do próprio pai que faz muito sentido aqui:

Eu não estarei nem atrás de você empurrando, nem à sua frente te puxando; estarei ao seu lado te acompanhando nas suas escolhas, nem sempre concordando. 

Respeite as decisões e coloque limites, porém não seja inflexível, faça acordos. Seu filho precisa entender a importância de seguir acordos e combinados como uma forma de respeito com o outro. Isso evitará muitas discussões e criará uma relação de confiança com sua palavra.

5. Construa uma relação de confiança, incentivando a imaginação dos seus filhos

A criança que você foi se orgulha do adulto que você se tornou? Essa é a passagem da música de Reverb Poesia. A canção fala da importância de crescermos e não deixarmos de imaginar para não perder a nossa criatividade. Todos nascemos criativos, porém ao longo da vida vamos nos tornando limitados. Com a inovação e um mundo tão dinâmico, viu-se a necessidade de “resgatar” essa competência que sempre foi fundamental para todos nós.

Você já deve ter ouvido falar da substituição dos humanos pelos robôs em trabalhos repetitivos e perigosos, por isso, a importância de desenvolver habilidades que os robôs não têm, e a criatividade é uma delas. Será preciso mais pessoas autônomas e cheias de atitude para buscar soluções criativas e simples com o propósito de resolver problemas complexos do mundo em todas as áreas do conhecimento.

Para desenvolvermos a criatividade nos nossos filhos e ajudá-los a manter essa competência na vida adulta, devemos tomar cuidado com algumas atitudes simples no dia a dia para não limitar essa competência, como:

  • os “nãos” e as críticas em excesso. Isso leva a criança a ter medo de tentar algo novo;
  • não estimular novas experiências. Novas experiências nos trazem um novo repertório de conhecimento. Essa pluralidade de saberes é muito importante quando falamos em desenvolver a criatividade;
  • dar respostas prontas. É interessante estimular nossos filhos a buscar as respostas para as perguntas. Nessa busca, eles podem encontrar outros questionamentos e soluções muito criativas.

Em um mundo inconstante e dinâmico, é um desafio educar um filho, pois não sabemos como o futuro será. Porém, desenvolvendo habilidades socioemocionais, temos a certeza de que eles conseguirão lidar com esse futuro, seja qual for. 

Lembre-se, você é a maior inspiração para seu filho, então, para transformar a vida dele, é preciso se transformar antes. Seja a mudança para ele. Além disso, passe um tempo de qualidade com ele, seja líder, ame, escute, compreenda, guie, ensine e inspire. Esses são pontos essenciais para desenvolver uma relação de confiança. 

Serão muitas as dificuldades, mas temos que tirar o peso de pensar em acertar sempre e sermos perfeitos. O fundamental é buscar nos aperfeiçoarmos como pessoas e pais. Tudo bem se a rota precisar ser ajustada, o principal é nunca desistir de caminhar e construir uma relação saudável entre pais e filhos.

Para continuar a aprender sobre educação na família, leia mais este conteúdo sobre como lidar com as emoções dos filhos.

Comments are closed.