Você sabe o que é cultura maker e como ela pode ajudar na formação dos seus alunos? O assunto está em alta nos últimos anos, principalmente por representar uma possibilidade de inovação nas instituições de ensino. O motivo é simples, ela ajuda – e muito – no desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais, sobretudo ao estimular que os estudantes encontrem soluções criativas para resolver problemas reais.
Entenda os benefícios da cultura maker na educação e as vantagens da proposta para o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas.
O que é cultura maker?
Comum em startups e áreas voltadas à tecnologia, a cultura maker é considerada uma extensão da filosofia da década de 1960 “Do it yourself”, em português, “Faça você mesmo”. Nascida do movimento punk como contraposição ao consumismo dos Estados Unidos, essa filosofia, atualmente, ganha contornos digitais e se consagra como um movimento cultural focado na tecnologia e inovação.
Em síntese, a cultura maker consiste na ideia de que qualquer pessoa pode consertar ou construir seus próprios objetos, quando instruída de conhecimento e das ferramentas corretas. No mundo inteiro, em fóruns e centros acadêmicos, inventores, programadores e projetistas se reúnem para resolver em grupo algum problema.
Segundo Chris Anderson, autor do livro “Makers: a Nova Revolução Industrial”, todos somos makers, desde o artesanato clássico até a Robótica. As famosas Fab Labs, presentes em diversas universidades do Brasil e do mundo, popularizaram ainda mais o tema.
Nos últimos anos, em razão da facilidade de acesso a diversas tecnologias e da Revolução Digital, o movimento alcança muitos indivíduos capazes não só de criar como também de compartilhar projetos tecnológicos em rede.
Toda essa possibilidade criativa e sua disposição de compartilhar os benefícios com cada vez mais pessoas é o cerne da cultura maker. Esse motivo é o que a torna tão importante e necessária na educação.
Cultura maker na educação
A frase “O futuro é maker” pode resumir muito bem o trecho acima. Mas, como ela pode ser empregada nas escolas? Bem, diversas instituições já empregam a cultura maker durante o processo de ensino para promover autonomia por meio de atividades práticas. A inserção dessa “cultura mão na massa” é importante na Educação Básica e pode continuar sendo influência no Ensino Médio e Superior.
Com o auxílio de atividades especiais, os alunos são incentivados, por exemplo, a construir um robô, um projeto de foguete com garrafas pet, cuidar de uma horta comunitária ou criar brinquedos com as próprias mãos.
Como posso ajudar meus alunos?
A cultura maker contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais em crianças e adolescentes. Esse tipo de aprendizagem ajuda os alunos a desenvolver a autoconsciência e habilidades de relacionamento interpessoal, pontos fundamentais para que consigam lidar com os desafios cotidianos na vida adulta. Pessoas que tiveram uma boa educação socioemocional conseguem resolver melhor seus conflitos, comunicar-se bem, trabalhar melhor em equipe, conquistar mais empatia e competências de liderança.
Ao experienciar essas atividades, discutir soluções, resolver problemas, conflitos, compartilhar suas ideias e projetos, os alunos também aprendem a lidar com seus erros e acertos de forma saudável. Da mesma forma, aprendem o poder da colaboração, um dos pilares do movimento maker.
A sustentabilidade, outro pilar do movimento, traz também experiências ricas de ensino. Isso porque a cultura maker busca levantar a ideia de que, em vez de comprar produtos industrializados, você pode fabricá-los. Dessa forma, podemos educar nossas crianças desde cedo sobre a futura escassez de matérias-primas não renováveis e outras problemáticas ambientais.
Por esses e outros motivos, a cultura maker deve ser incentivada desde a Educação Infantil. Como as propostas podem ser incrementadas de acordo com a faixa etária, também são uma ótima estratégias para integrar o currículo escolar das séries mais adiantadas do Ensino Fundamental e Médio.
Benefícios da implantação da cultura maker
Implantar a cultura maker na educação pode trazer vantagens para a instituição e muitos benefícios para os pais e alunos. Do ponto de vista pedagógico, ela pode ajudar os estudantes a consolidar conteúdos teóricos por meio de experimentos e projetos práticos, como construir um pequeno robô para entender melhor conceitos de física ou um projeto de programação para implementar o raciocínio lógico e matemático. E essas ações podem ser projetadas no currículo durante todo o Ensino Fundamental e Médio.
O desenvolvimento da cultura maker como estratégia pedagógica também ajuda as escolas e os pais dos alunos com um grande problema: a falta de motivação para os estudos. Isso ocorre, muitas vezes, em razão do modelo mais conteudista de aprendizagem, que acaba sendo monótono para os alunos e professores. Por meio de atividades como as mencionadas acima, os alunos tendem a ficar mais motivados, despertos, colaborativos e curiosos durante as atividades de aprendizagem.
Abordagens educacionais como essas são ótimos diferenciais para as instituições de ensino e ajudam a preparar os alunos para o vestibular e para a vida profissional. O desenvolvimento de autoconhecimento, habilidade interpessoais e autonomia também são benefícios da implantação da cultura maker na educação.
Aplicar a cultura maker na rotina escolar não é difícil. Além dos exemplos que demos como robótica e programação, existem outros meios mais acessíveis de implantação, como hortas coletivas, oficinas de fabricação de brinquedos, reciclagem, atividades de programação.
Em regra, basta fornecer espaço para que os alunos criem e desenvolvam suas ideias com o acompanhamento dos professores e pais. Vale ressaltar que a implementação da cultura maker também é possível com a ajuda dos pais em regimes remotos ou semipresenciais. Tudo o que os alunos precisam é liberdade, espaço para criar e a supervisão de um responsável.
Durante toda a história, grandes invenções foram feitas a partir de experimentações. Incentivar a curiosidade e a criatividade em jovens desde cedo é uma forma de continuarmos progredindo, motivo pelo qual a cultura maker na educação é uma ótima forma de educar os alunos para o futuro.
Neste artigo, você descobriu o que é cultura maker e como ela pode ser desenvolvida na educação. Descobriu os benefícios e por que ela é importante para preparar crianças e jovens para o futuro!
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