Já não é mais novidade que a palavra “reinvenção” ganhou um significado absolutamente real para todos que lidam com a Educação em algum aspecto. Professores e estudantes têm aprendido, ao longo do período de distanciamento social, que a lousa virou uma tela digital, que as suas anotações se misturam em ambientes online e as cadeiras da sala de aula e estudantes não dividem um espaço comum.
Por sua vez, os pais passaram a ter um papel ainda mais determinante no processo educacional dos seus filhos, tendo, muitas vezes, que se colocar e acompanhar rotinas de maneira muito mais próxima, seja através do grupo de Whatsapp ou da plataforma de ensino à distância utilizada. O que era pontual, virou trivial. Uma parceria que, solidificada, beneficia toda uma comunidade.
Muitos especialistas e profissionais da educação nos dizem que a escola, definitivamente, não será mais a mesma no contexto pós-pandemia, ainda mais quando a lupa se vira para a solidificação da aprendizagem. Corroborando com que o está posto na mesa, mas trazendo um olhar ainda mais voltado para a nossa condição humana de executores do mágico processo de educação, convido o leitor a dar um passo ainda mais básico e essencial num cenário de retomada.
O acolhimento aos seus alunos, pais, professores e profissionais com um estímulo cada vez mais consistente do famoso e pouco praticado “olhar para si” podem tornar esse processo um pouco mais fácil e ajudá-lo a reconfigurar a sua dinâmica escolar de maneira muito mais bem-sucedida.
Pensar nessas duas chaves, naturalmente, já impõe mais um desafio no nosso caminho. Por isso, alguns pontos importantes não podem ser deixados de lado:
– Abrir espaço para escuta: sorrisos e expressões faciais estarão em rostos escondidos por máscaras. Abraços, naturalmente, serão substituídos pelo diálogo. Dado o novo cenário, é preciso ressignificar a escuta de quem faz acontecer: professores, gestores e toda a comunidade precisam estar bem preparadas psicologicamente. Empatia em prática para entendermos que, por trás de cada um, há uma história.
– Criar ambientes ainda mais seguros: aqui, a segurança vai muito mais além do que pode parecer óbvio, como os procedimentos de distanciamento e higiene ao qual todos teremos que nos adaptar no ambiente escolar. Trata-se de enxergar a escola e momentos de grupo como ferramentas de reforço do “nós” ao invés do “eu”. Gerar identificação com o outro desconstrói a sensação de solidão e fortalece ainda mais as conexões.
– Para cuidar do outro, cuide-se primeiro: a máxima do autocuidado torna-se um pilar importante para a manutenção de boas relações e administração da ansiedade em momentos de incerteza. Investir num mergulho próprio rumo ao autoconhecimento com momentos que gerem reflexões e balanços de saúde mental auxiliará numa retomada mais responsável para todos os envolvidos.
– Respeitar o tempo do outro: todos fomos expostos a doses relevantes de contato com sentimentos e emoções adormecidas ou, até mesmo, desconhecidas. Entender que estamos numa jornada de restabelecimento de convivência e relações nos ajudará a nos livramos de rótulos e entender diferenças comportamentais não antes percebidas.
Cuidar da nossa saúde mental e contar com uma rede de apoio já é, e continuará sendo, mais importante do que nunca. Por isso, alocar tempo e energia para acolher o outro em sua plenitude é passo essencial para um reencontro feliz com os outros e, principalmente, com nós mesmos!
Vamos juntos?