A reformulação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ampliou o foco no protagonismo do aluno, indo além da área cognitiva ao propor abordagens consistentes sobre as habilidades socioemocionais na escola.
A aprendizagem socioemocional é o processo de desenvolver a autoconsciência, o autocontrole e as habilidades interpessoais, todas elas vitais para impulsionar o sucesso na vida. Indivíduos com habilidades socioemocionais desenvolvidas são mais capazes de lidar com os desafios do dia a dia e se beneficiarem acadêmica, profissional e socialmente.
Por esse motivo, a BNCC segue a perspectiva da educação para o século XXI e inclui a temática em todas as suas 10 competências gerais para a educação brasileira. As competências socioemocionais estão inseridas nas seguintes grandes áreas:
- Autoconsciência;
- Autogestão;
- Consciência Social;
- Habilidades de Relacionamento;
- Tomada de Decisão Responsável.
De acordo com o documento, todas as escolas tinham até o ano de 2020 para implantar a educação socioemocional em seu projeto pedagógico. Porém, o desafio persiste e nos inspira reflexões constantes a fim de pôr em prática tais exigências.
Pensando nisso, criamos este post com 6 estratégias para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais em sua escola. Siga conosco nesta leitura!
1. Estimule atividades cooperativas
Atividades em equipe integram o projeto pedagógico naturalmente. Mas, como sua escola desenvolve a cooperação entre os alunos nesses momentos? Em todas as idades, o grupo é um importante suporte para que crianças e adolescentes desenvolvam sua autonomia, ajudem os colegas e aprendam em conjunto.
Dessa maneira, cada membro do grupo é inteiramente responsável pelo autocuidado e pelo cuidado com o outro, uma vez que todos estarão trabalhando em prol de um resultado comum. Ao explorar as atividades em equipe, você vai possibilitar que os alunos:
- estimulem seu protagonismo, por meio da leitura, análise e compartilhamento de informações;
- automotivem-se ao estudo e construam seu próprio conhecimento;
- promovam interações positivas entre si;
- desenvolvam habilidades, como empatia, comunicação, liderança, resiliência e respeito às diferenças.
2. Invista em aprendizagem maker
Certamente, você já deve ter ouvido falar sobre a cultura maker ― um movimento que surgiu nos Estados Unidos e estimula que as pessoas “coloquem a mão na massa” e encontrem soluções para suas necessidades.
Adaptando ao contexto das escolas, experiências de aprendizagem maker incentivam os alunos a compartilhar ideias criativas, resolver problemas, discutir soluções, projetar produtos, lidar com erros e acertos etc. Assim, vão aprendendo a trabalhar juntos para o alcance de um objetivo mútuo.
Alguns exemplos de atividades maker são:
- criação de invenções que solucionem problemas (robôs, carrinhos, relógios de corda, pegadores, ferramentas, recipientes etc.);
- construção de espaços úteis, como uma horta ou ateliê artístico;
- realização de peças de teatro e apresentações musicais;
- clubes de leitura e contação de histórias.
3. Fomente apresentações orais
Ter habilidades de comunicação bem desenvolvidas reflete na qualidade dos relacionamentos interpessoais e na futura vida profissional, e as apresentações orais na escola são uma excelente oportunidade de desenvolvimento dessa competência.
Além de fortalecerem as habilidades de fala, essas atividades também aumentam os níveis de confiança e desinibição na hora de interagir em público. Algumas propostas que estimulam os alunos a se expressar oralmente são:
- jogos em grupo;
- seminários;
- debates.
4. Incentive que os alunos desenvolvam o planejamento de projetos
Desenvolver e gerenciar um projeto é uma combinação de vários procedimentos que são estabelecidos desde a fase de concepção até a conclusão, e isso pode ser estimulado nos próprios projetos da escola.
Com o planejamento de projetos, os alunos aprendem: a importância de traçar objetivos e metas para cada etapa da proposta, a ter responsabilidades, a organizar recursos, a prever riscos e a administrar o tempo. Veja algumas habilidades adquiridas com essa estratégia:
- comunicação;
- autoconhecimento;
- autogestão;
- adoção de metodologias de trabalho;
- socialização;
- gestão de tempo.
5. Promova projetos interdisciplinares
Aproveitando que acabamos de falar sobre planejamento e gestão de projetos, atividades interdisciplinares movimentam as turmas e permitem aprofundamento nas temáticas sugeridas pela escola.
Ao adotar um projeto interdisciplinar, você pode, por exemplo, romper os limites das salas de aula e envolver não apenas professores de diversas disciplinas, mas também várias classes acerca de um tema comum.
Embora a pandemia tenha limitado muito essa estratégia, uma vez que os eventos e encontros ao vivo foram praticamente suspensos, é possível adaptar os projetos interdisciplinares ao meio online. Por exemplo, cada nível de ensino pode escolher um tema comum a ser trabalhado sob o foco das respectivas disciplina e desenrolar atividades, como:
- jogos e desafios online com alunos distribuídos em salas simultâneas;
- mesas redondas com professores, alunos e convidados;
- análise de notícias e reportagens de periódicos, canais de TV e revistas digitais;
- criação de conteúdos interativos, como vídeos e podcasts;
- atividades com websites de museus, organizações científicas e universidades.
6. Associe a tecnologia à habilidades de pensamento crítico e tomada de decisão
A construção do pensamento crítico é a base para tomadas de decisão que, por sua vez, levam à resolução de problemas. Isso pode ser feito por meio de atividades envolvendo tecnologia, como é o caso da robótica, da programação ou da interação com websites.
Além de compreender a lógica por trás do universo digital, essas atividades permitem que os alunos busquem soluções para problemas de diferentes complexidades, discutindo e avaliando caminhos e seus possíveis resultados.
Mas, o uso da tecnologia não deve ser vinculado apenas a grandes projetos e estruturas mais arrojadas. Inseri-la no dia a dia da escola, contando apenas com os recursos disponíveis, já permite a realização de estratégias focadas nas habilidades socioemocionais.
A partir do lançamento de um desafio proposto pelo professor, várias atividades com recursos digitais podem ser comandados pelos alunos, como a produção de vídeos, jogos eletrônicos, confecção de apresentações virtuais, construção de blogs e dinâmicas de grupo em encontros virtuais.
Tudo isso, especialmente realizado em equipe, demanda refletir sobre estratégias, planejar e avaliar cuidadosamente o que será feito, como e por quê. Ou seja, é um trabalho cuidadoso, que exige pensar de maneira lógica, colher informações, analisar dados, discutir entre os pares e, por fim, chegar a uma decisão.
Esperamos que essas estratégias para desenvolver habilidades socioemocionais na escola despertem ideias e atividades muito eficazes! A propósito, gostaria de ter acesso a mais conteúdos educacionais como este? Siga nossas redes sociais: estamos no Facebook, Instagram, LinkedIn e YouTube!