Um assunto recorrente nas instituições de ensino, famílias e no mundo corporativo é a inteligência emocional e como desenvolvê-la. Logo, é natural que existam questionamentos sobre seu conceito.
Afinal, o que é inteligência emocional? Quais são os principais autores e especialistas no assunto e quais as orientações sobre seu desenvolvimento em crianças e adolescentes?
Neste material, trazemos as principais informações e dicas práticas para ajudar você ajudar seus filhos a trabalhar a inteligência emocional no cotidiano. Confira!
O que é inteligência emocional e como ela funciona?
Inteligência emocional é a capacidade que um indivíduo tem de identificar seus sentimentos e os de outras pessoas. Ainda, envolve a avaliação dessas emoções e a escolha da melhor atitude ou reação para o momento.
Nesse sentido, todo mundo tem inteligência emocional em níveis diferentes e ela pode ser desenvolvida como uma capacidade cada vez mais empregada pelo indivíduo, que vai usá-la a seu favor em diversos momentos da vida, seja para lidar com seus sentimentos após tirar nota baixa, seja para se relacionar de forma saudável no ambiente de trabalho na vida adulta.
Dessa forma, a inteligência emocional é essencial nos momentos desafiadores, quando nós precisamos identificar as emoções capazes de comprometer nosso sucesso e mantê-las sob controle para que nossas reações tragam os resultados mais satisfatórios. Além disso, ela tem um caráter de aprendizagem, pois o que foi vivido servirá de fortalecimento e preparação para situações futuras.
Por que é importante desenvolver a inteligência emocional dos filhos?
As emoções fazem parte do nosso cotidiano e, não raramente, afetam nossas decisões. Vale dizer que elas não são ruins, mas podem prejudicar a capacidade de análise da situação caso o indivíduo não saiba lidar com elas.
Isso é ainda mais intenso para crianças e adolescentes, que ainda estão em fase de construção da sua identidade e aprendendo a identificar suas emoções.
Ou seja, desenvolver a inteligência emocional nos filhos é uma forma de preparação para que eles enfrentem seus desafios de forma mais saudável, consigam oportunizá-los e transformá-los em aprendizados.
Quais são os principais autores especialistas no tema?
Conheça alguns especialistas e suas principais contribuições para o estudo da inteligência emocional, que podem ajudar você a ter uma olhar mais didático para desenvolvê-la.
Daniel Goleman
Daniel Goleman não foi o primeiro autor a falar sobre inteligência emocional, mas teve um dos livros mais vendidos sobre o assunto, o Emotional Intelligence, de 1995. Nele, em vez de tratar o tema com conceitos e nomenclaturas difíceis, preferiu uma linguagem acessível, que pudesse ser compreendida por todos.
Isso popularizou o assunto e trouxe uma base para muitas famílias e responsáveis atuarem em conjunto com a escola ou profissionais da Psicologia.
Gardner
Howard Gardner também fez grandes contribuições para que a definição de inteligência emocional contemplasse o reconhecimento dos próprios sentimentos, motivações e medos. Ele também trouxe a inteligência social como um recurso para motivação pessoal e de terceiros, elementos essenciais para alunos protagonistas que determinam seus próximos passos.
Timothy Shrive
Em seu material, Timothy traz uma série de atividades para trabalhar as emoções e a empatia, algo essencial para o reconhecimento das emoções dos outros, bem como a reflexão sobre como reagir sobre elas.
Carol Dweck
Além de falar sobre inteligência emocional, Carol Dweck também traz reflexões sobre ter um mindset que permita refletir sobre seus sucessos e fracassos e extrair aprendizados que podem ser levados para situações futuras. Essa é uma das bases da inteligência emocional, ou seja, transformar as experiências em aprendizados.
Siegel
Siegel é um psicoterapeuta que trouxe a temática da inteligência emocional para a vida das crianças e adolescentes, ou seja, seu foco é trazer conhecimentos que fundamentem as abordagens de responsáveis e professores no desenvolvimento dessa capacidade na infância e início da fase adulta.
Joseph Durlak
Joseph Durlak fez diversos estudos, inclusive alguns que questionam se a inteligência emocional é, de fato, uma capacidade ou habilidade. Segundo o autor, essa capacidade e sua amplitude são o resultado dos aprendizados emocionais do ambiente familiar, social e escolar, além disso, a própria autonomia do indivíduo em investigar suas emoções também contribui nesse processo.
Christian Dunker
Christian Dunker é outro especialista no assunto e, entre suas contribuições, orienta bastante sobre a importância do saber comunicar. Ouvir, dialogar, argumentar e discordar; tudo isso é importante para a criança ou adolescente e gera uma série de aprendizados.
É pela comunicação que a criança se conecta com os responsáveis, amigos e sociedade, mas, muitas vezes, elas são condicionadas a apenas obedecer, o que pode levar ao esgotamento emocional. Isso elimina a reflexão e o posicionamento que elas devem e podem ter.
Brene Brown
Brene é uma das pesquisadoras mais famosas sobre o tema na atualidade. Ela contribui para a discussão, trazendo foco para as emoções imperfeitas que as pessoas sentem, mas que nem sempre se orgulham. E, considerando a importância de reconhecê-las e saber lidar com elas, suas pesquisas produzem materiais que ajudam no autoconhecimento e empatia.
Como desenvolver a inteligência emocional no ambiente familiar?
Como é possível perceber, a inteligência emocional é necessária a todo momento, seja pelos filhos, seja por seus responsáveis. A proposta, portanto, é que seu desenvolvimento comece dentro do cotidiano familiar.
Diálogos frequentes que falem sobre as emoções que estão sendo – ou foram – vivenciadas, por exemplo, são muito valiosos. Com isso, o convite à reflexão vai exercitar a identificação dos sentimentos.
Criar cenários controlados, trazer assuntos do cotidiano escolar, como o cyberbullying ou excesso de informações das redes sociais, também são ótimas opções. Além de trazer o tema para a realidade das crianças e adolescentes, permite que uma discussão ajude no aprendizado.
A inteligência emocional trabalhada em casa terá, também, reflexos no ambiente escolar. O aluno estará mais preparado para vivenciar os desafios da aprendizagem, ter bons relacionamentos com colegas e professores. Esses benefícios serão ainda maiores se a escola também tiver essa atenção para o desenvolvimento com foco nas emoções, como é o caso do Programa Pleno.
Quer saber como a parceria entre escola e família pode ser melhorada? Leia algumas dicas essenciais para reforçar os laços entre as duas esferas da vida do seu filho.